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sábado, 24 de abril de 2010

A revolta dos XX


[Sentindo falta de alguém que deveras sinta minha falta!] Quero o colorido da vida, não preciso de falsos apegos, nem de palavras vãs. Não preciso de alguém que aponte meus defeitos, eu já os conheço muito bem, e se soubesse ou quisesse mudá-los, já o teria feito em 20 anos de convivência comigo mesma.

Talvez um cachorro me proporcionasse a alegria que preciso, um ser que fale com os olhos, que sinta o que digo sem que eu precise realmente dizer. Um amigo que não julgue, que não faça perguntas ou colocações tolas, mas que entenda todas as minhas tolices, aquelas que eu desesperadamente tento esconder, fruto dos meus pesadelos mais distantes e sempre presentes.

Queria escrever sobre a lata de ervilhas que eu não consigo abrir, sobre as pessoas que reencontrei essa semana, sobre quanto o jornalismo exige de pessoas tímidas e patéticas como eu, que não conseguem se expressar tão bem na oratória, mas que ‘sentem’ como nenhuma outra o faria, mas não consigo.

Não queria ser quem sou, não queria amar como eu amo, não queria dar importância a coisas que para outros parecem tão pequenas, não pretendo nem vou acreditar que alguém compreenda, não sei mais o que fazer. Mas tenho que fazer. Como já disse Cazuza, o tempo não pára, e eu não tenho a coragem de parar uma vida, mesmo que pense nisso milhões de vezes por dia.

É, um cachorro seria uma boa, mas um amigo tão leal não merece passar o dia inteiro sozinho, e antes que alguém pense “ela muda de assunto de uma forma que transforma o texto em palavras sem nexo”, eu respondo: é assim que eu gosto! Escrevo da maneira que eu quero, e se assim não fosse, esse texto estava em alguma página de revista, portal de imprensa ou qualquer outra coisa que o trabalho exija, não aqui. Aqui eu sou quem eu quero, mesmo não querendo, sou eu: Fernanda, Nanda, A Galega, A Louca, A Estagiária... o que eu quiser, dependendo de como eu quiser, e não aceitando o que os outros pensam, opinam ou aconselham. Detesto pessoas que acham que ajudam, aquelas que fazem comentários aparentemente inocentes, mas no fundo cheios de maldade. Já viram aquela comunidade: “Ligue o foda-se e seja feliz”, acho que ela faz todo o sentido.

Com duas décadas de existência comecei a acreditar naquela velha frase que eu, mesmo sem crer, colocava em todas as minhas agendas: “As pessoas não passam em nossas vidas por acaso”. Um dia uma pessoa que digamos, não me trouxe muitas alegrias, e que NÃO É QUEM A MAIORIA VAI PENSAR QUE SEJA, me disse que “é melhor pedir desculpas do que permissão”, realmente! Essa sim é uma verdade. Comecei a usar isso diariamente, e quando penso que posso magoar alguém que eu gosto com atitudes que no fundo eu sei que são certas, eu penso no que aquele cretino me falou.

Ultimamente tenho percebido que o egoísmo é um sentimento que vem tomando grande espaço no universo, e que não usá-lo pode trazer sérios prejuízos. Eu sei, os ‘bonzinhos’ de plantão irão dizer: Faça o bem sem esperar recompensa. Que lindo! Sério, eu até me emociono, mas vamos combinar, pare e pense quantas vezes você pratica essa teoria durante o dia.

Agora me responda, com certeza você se enquadra em um desses dois grupos, ou é um(a) egoísta ou está somando uma série de prejuízos pra si. Sinceramente, não sei mais o que pensar, e sempre me convenço mais que a atitude certa a tomar, para o bem da minha saúde e alegria geral da nação, seria NÃO PENSAR!