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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Raios, raios




Estar no meio de uma primeira chuva de inverno no Sertão,

Com seus milhares de raios caindo por todos os lados,

Beleza infinita, tristeza contida, amores em vão.



Roda a vida,

Roda viva e tantas outras rodas.

Aquilo que foi e que talvez seja sempre,

Ou volte a ser,

Ou não seja!



O que é?

Quem é?

Pra quê?



Nada de nada.

Mistério e beleza,

Beleza e tristeza.

[In]Explicação!



Sinta,

Sinta os raios.

sábado, 19 de maio de 2012

(Relato [antigo] e desnecessário aos leitores)


O que aprendi com um dia de aula no mestrado...

Em cinco horas em salas de aula de uma pós-graduação eu descobri que os sábios se permitem mudar de opinião, se auto confessar equivocados diante de ideias antes proferidas com fervor e uma quase certeza “insuportável de tão certa”. Percebi que aquela infinidade de cópias tiradas na graduação pouco serviu. Líamos um terço de um livro e fingíamos conhecer a totalidade do conhecimento. 

Senti-me pequena diante de tanta sabedoria, mas com um desejo de crescer com a leitura, com o esforço e a dedicação que serão tão necessários daqui por diante. 

Estou tentando aceitar que o medo de falar em público terá que ser superado o mais rápido possível (coisa bem complicada e sem espaço para cursos de oratória no último minuto do segundo tempo). É amiga, se vira nos trinta!

Sinto minha opinião um pouco desnecessária, e que só a leitura vai me dar a segurança que tanto preciso. É isso, coisa para poucas linhas, afinal, foi só um simples dia de muitos que virão. Estou ansiosa, como sempre!

P.S.: Agora, três meses depois desse relato que eu nem ia divulgar, nem queiram saber o quanto eu aprendi, e não estou falando de teoria, da prática mesmo: burocrática, generalista, antipática. 

Às voltas!


 Chega um dia que você aprende a julgar menos certos atos que em outros tempos você não pensava duas vezes antes de condenar.

Existem certos momentos que você aprende o valor de uma pessoa mais velha, o significado de um último beijo em alguém que você daria um pedaço de si para que vivesse só um pouquinho mais.

Com o tempo você aprende a diferença entre alguém que coloca os problemas no bolso e corre para solucionar os teus e uma pessoa que apenas está de bom humor em um determinado dia, e resolve te ajudar.

O tempo, esse menino travesso, pintado por tantos artistas, recitado por tantos poetas, e ainda indecifrável! Ah tempo, se você é mesmo cíclico, falta muito para chegar naquele instante no qual eu pensei que havia felicidade nesses recantos sombrios?

Eu nem sei, nessas noites silenciosas essas vozes gritam tão alto! Queria eu encontrar algum sentido para tantos devaneios, tantas memórias, tantos sonhos modificados... a estrada vai ficando longa, o caminho sem volta, os passos perdidos e a morte próxima.

Sem mais.

domingo, 18 de março de 2012

Sem título.


Qual o valor de um dia para quem ama? “Já passamos um dia inteiro juntos, não é pouco. É muito!” E se não houvesse outro dia? Sem melodramas... mas ela amava como se não houvesse amanhã. E um dia não há... Ela só queria aproveitar tudo que pudesse, um sentimento tão imenso que transbordava pelos olhos.

Talvez o poeta esteja mesmo condenado à infelicidade. Seu fim é sempre amar sozinho, lembrar, sentir, chorar, sorrir, e quase nunca compartilhar, ser correspondido. “Romântico é uma espécie em extinção”, lamentavelmente. 

E o pior é que essa coisa de lutar contra quem se é dá um trabalho enorme! Os tempos são outros, embora os apaixonados continuem os mesmos patéticos de outrora.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Lembrança Eletrônica

Perdera-se na vida. E perder-se pressupõe diferentes conotações pertinentes a um mundo que caminha para o fim, seja ele em 2012, 4016... 17,18 ou até que um raio o parta! O fato é que ela não se sentia bem em parte alguma. Fazia da nostalgia seu abrigo; o tempo alegre era qualquer outro, menos o presente. Mas se nenhum presente fora feliz, como algum passado poderia sê-lo? 

Perguntas, perguntas... Talvez aquela propaganda do Canal Futura fizesse muito sentido agora: “Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”.

Apagara-se um texto banal de uma página eletrônica, mais uma vez escrito em primeira pessoa, para que enfim algo que valesse pudesse ser escrito. Mas o que vale tanto a pena, ou nesse caso, as teclas?

Pensou naqueles que a precederam e tentaram explicar sua espécie. Afinal, “o sertanejo é, antes de tudo, um forte” - como disse Euclides, ou “o sertanejo é antes de tudo um paciente” como refutou Clarice? E por que não ser forte e paciente ao mesmo tempo? Talvez nem tenha sido refutação, embora a condição de sertanejo nordestino construído pela autora em questão não tenha sido das melhores.

Mas os tempos mudam, a discriminação de uma raça só é feita mediante a autoafirmação de outra, que no fundo sente-se inferior. Pobres sulistas preocupados com o Nordeste! Disseminação em rede de uma coisa tão banal...

Tentando retomar o assunto real de sua narrativa e não sabendo mais do que escrevia, apenas juntou os retalhos, assegurou a vida com um ‘Ctrl B’ e pôs um ponto final num bocado de caracteres perturbados.