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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Lembrança Eletrônica

Perdera-se na vida. E perder-se pressupõe diferentes conotações pertinentes a um mundo que caminha para o fim, seja ele em 2012, 4016... 17,18 ou até que um raio o parta! O fato é que ela não se sentia bem em parte alguma. Fazia da nostalgia seu abrigo; o tempo alegre era qualquer outro, menos o presente. Mas se nenhum presente fora feliz, como algum passado poderia sê-lo? 

Perguntas, perguntas... Talvez aquela propaganda do Canal Futura fizesse muito sentido agora: “Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”.

Apagara-se um texto banal de uma página eletrônica, mais uma vez escrito em primeira pessoa, para que enfim algo que valesse pudesse ser escrito. Mas o que vale tanto a pena, ou nesse caso, as teclas?

Pensou naqueles que a precederam e tentaram explicar sua espécie. Afinal, “o sertanejo é, antes de tudo, um forte” - como disse Euclides, ou “o sertanejo é antes de tudo um paciente” como refutou Clarice? E por que não ser forte e paciente ao mesmo tempo? Talvez nem tenha sido refutação, embora a condição de sertanejo nordestino construído pela autora em questão não tenha sido das melhores.

Mas os tempos mudam, a discriminação de uma raça só é feita mediante a autoafirmação de outra, que no fundo sente-se inferior. Pobres sulistas preocupados com o Nordeste! Disseminação em rede de uma coisa tão banal...

Tentando retomar o assunto real de sua narrativa e não sabendo mais do que escrevia, apenas juntou os retalhos, assegurou a vida com um ‘Ctrl B’ e pôs um ponto final num bocado de caracteres perturbados.