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sábado, 17 de julho de 2010

Meu milagre

Foram as quatro horas mais tensas da minha vida. Um mix de alegria e tristeza, de dúvida e certeza, de sonhos que poderiam ser destruídos a qualquer minuto. Era tão frágil! Parecia que eles tinham o meu coração nas mãos, que qualquer erro ou imprevisto pudesse tirar-me a própria vida.

E eu esperava... tão impotente, tão pequena. E Deus, tão grande... esteve o tempo inteiro ali. Nunca o vi, mas podia sentir. Era uma força mais rápida que meus pensamentos. Meu coração batia cada vez mais. Não sabia o que fazer. Se andava, se rezava, se sorria, se chorava. A porta do centro cirúrgico parecia o limite, entre o quê, eu não sei explicar. Mas lá estavam meus medos.

Hoje respondi a um amigo que nós temos certeza do amor que sentimos por alguém a partir do momento que desejamos ver no nosso primeiro filho o sorriso de quem amamos. Quando percebemos que somos capazes de esperar o tempo que for para estar ao lado do outro e ouvir um “até que a morte os separe”. Ou mesmo, no fim do dia, quando ao deitar, seu último pensamento é em tom de prece: - Permita que eu morra antes dele, Senhor!

Obrigada, meu Deus! Por ouvir minhas súplicas, por fazer tudo tão perfeito. Me faltam palavras para descrever tudo o que penso nesse momento, é tanta coisa. O que eu sei é que me entreguei sem restrições, chegando a um ponto que já não sei o caminho de volta: Eu não me pertenço mais! E estranhamente, não me arrependo de absolutamente nada, pelo contrário, faria tudo de novo. E aquelas palavrinhas mágicas de Mário Quintana ecoam na minha cabeça o dia inteiro: “Como é bom morrer de amor e continuar vivendo”.

Permita-se! Arrisque sempre... eu também pensei que não fosse possível, mas é. Quando encontramos o certo, não há errado que permaneça na memória, não há espaço, não há pessoas, não há nada. A felicidade consome todo e qualquer tempo! =)