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segunda-feira, 7 de julho de 2014

EU - PRONOME INDEFINIDO (NADA PESSOAL)

Acham que sou bipolar
Besteira.
Não é questão de duas polaridades
São muitas
Sou milhões!

Eu escolho a máscara que visto hoje
Você presencia a que merece
Não há provas nem necessidade
Só eu e as multiplicidades de mim.

E é isso, apenas isso!
Não gosto de dicotomias, quero variedade...
de sentimentos, amores e saudades.
Sem meios termos, preciso do exagero
Quero tudo e quero agora
Não visualizo futuro, apenas o instante me devora.

Sou eu, não sei o quê nem porquê nem pra quê
Apenas vivo. EU!

domingo, 15 de junho de 2014

ELA MERECE


Toda mulher merece ganhar flores
Nem que seja uma vez na vida
Nem que seja pra saber que não gosta de flores

Toda mulher merece um amor de novela
Daqueles que sempre surpreendem
Os inexplicáveis, arrebatadores, perfeitos

Toda mulher merece uma paixão caliente
Do tipo impossível, imperfeita, inesquecível
Que a faz perder o sono, o senso e os sentidos

Toda mulher merece poder escolher
Homem ou mulher
Qualquer ser que a faça viver, viver tudo isso afinal

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Dramalhão

Imagem: Nanda Correa
Edição de imagem: Dany WR
#Libertária

Nasceu com dom pra tragédia, aquela desvairada
Sempre teve fortes tendências dramáticas
Drama trágico, russo, grego, ou o raio que o parta
Sentimentos que nem ela sabia de onde vinham

Gostava do choro, do desespero

Amava Shakespeare
Nunca esqueceu Romeu e Julieta
Esforçava-se por ser triste
Era coisa de adulto, atividade profissional
Como ela via nas novelas

E eis que um dia cresceu

E as desgraças lhe acompanharam
Não queria mais brincar de ser triste
Mas quem controlava o carnaval?
Quê hora acabaria a cena?

Melodrama barato!

Descobriu que difícil era ser feliz
Descontente meio mundo já era

Amargurada, deprimida, desaventurada, lastimosa, malfadada...

Ah, dicionário maldito!
Nem se sabe a infeliz hora de concluir um poema.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Era amor...


Continua sendo
E assim o será
Até que o verbo não se possa mais conjugar

Ser, ter?
O que é amar?
Talvez seja quando o sentimento não cabe no peito
E transborda em tela
Não mais de arte...

Ah, essas modernidades!
Nunca se sabe.

Imagem: Susan Black
Edição de imagem: Dany WR

#Libertária.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Passado reticente

Não adiantava tentar se encontrar nas letras de uma história esquecida,
na sombra de um peregrino sem rumo.
Não valia o tempo, tão efêmero, tão breve!
Muito menos o sentimento,
tão sincero e dispensado a poucos.

Era tudo tão distante...
E assim foi se afastando mais, e mais.
A vida lhe ensinou que não se devia arrombar a porta de quem se esconde atrás de armaduras. E sob a soleira apenas uma palavra, escrita em letras colossais: LIBERDADE!

- Bonito.
Ah, medo egóico, achando-se superior a todos os outros.
Difícil era compreender, fácil demais julgar.
E foi assim que, logo de início, a trama se viu sem enredo, sem final, sem nada.

O clímax foi o próprio silêncio – significativo, embora semanticamente plural.
Quem diabo se arriscaria a dar palpite algum sobre... sobre o quê mesmo?
Ela fingia esquecer tão bem que, às vezes, em dias comuns, chegava mesmo a acreditar em sua fiel inverdade.
Fiel sim, à sua infelicidade. E era tanta negação e descrença...

- Uma hora passa!
Era de amor que eu falava
Mas ele nem quis ouvir.
E o desfecho?

Este coube somente às reticências...

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A vadia da rua de baixo


Fala alto, ri alto
Se doa por inteiro
Dá a quem quiser
Aquela vadia
Mulher minha e de quem mais vier

Mora na rua de baixo de uma cidadela esquecida
Não tem nome nem coração
É toda feita pro pecado
E meu único desejo é possuí-la

Ter em meu poder
Estar de posse de...
Pouco importa a definição
Dane-se a linguística!

Depois de estar nos braços da morena bonita

Todo o resto é desilusão.

FIM.



É esse barulho do nada que me inquieta a alma
Esse silêncio de mil vozes gritando, desesperadas!
É o fim que me beija o rosto
É a morte que sorri
E o destino que me mostra, enfim, que não somos nada.